Estávamos jogando GURPS, eu era um mago, que perdeu a alma para uma criatura (que não sei ainda o que é), e um outro amigo meu tinha perdido um Ranger, morto envenenado num Vulcão (mas os outros não levaram o corpo dele, não sei para quê). Este Ranger tinha luxúria, e o jogador era um advogado de regras.
Chegaram na vila (meus outros companheiros de jogo), com um artefato que destruía a criatura que havia tomado minha alma, e foram direto a um Necromante poderoso, que vivia na vila. Conversaram com ele, e ficou acertado que iriam fazer o ritual de destruição do artefato, já que grande parte da vila havia perdido homens e mulheres para a dita criatura.
À meia noite daquele dia (coincidentemente era o dia certo, com os astros alinhados, era solstício de verão, e o papagaio do mosteiro tinha cantado "Imagine" corretamente), começou o ritual de destruição do artefato. Necromante posicionado, personagens alocados em seus devidos lugares, a lua cheia, as estrelas brilhando, as corujas fazendo não sei o quê, quando o Necromante começou a mudar de forma, a veia do pescoço estufada, os olhos esbugalhados. Ele pega a "Espada (Justiceira) de Ritual", ergue para o alto, dita algumas palavras (que o mestre não interpretou), e desvecilha um golpe certeiro e fatal no artefato, causando um grande estrondo e raios que saíam para todo lado. Um facho de luz grande sobe aos céus, e causa uma explosão, derrubando alguns raios no chão. Em cada lugar onde os raios caíam, uma pessoa revivia (inclusive meu personagem).
Como prova de gratidão, o necromante olha para os dois personagens, e diz que ele pode devolver a vida a uma criatura, à escolha deles. O meu amigo que havia perdido o personagem fica feliz da vida. Um dos meus amigos, que tinha um Bárbaro, teve que pescar um peixe naquele mesmo dia, e sacrificá-lo para um barqueiro da morte. Quando o necromante diz que poderia reviver uma alma, ele não teve dúvida. Disse em alto e bom tom:
- Vamos reviver aquela truta...
Ficou marcado até hoje.
Mas o principal foi que o necromante disse que somente poderia reviver uma vida humana (para não deixar o outro chorando), mas tinha que ter um corpo para isso. Uma mulher da vila (dona de uma taverna, que era um bordel) chegou correndo e disse que uma de suas garotas havia morrido naquele dia, e não tinha família (que conincidência). Fomos buscar a prostituta morta, e meu amigo reviveu (e continuou com todas as qualidades e defeitos, inclusive luxúria). Motivo de piada até hoje.